
A ALFABETIZAÇÃO MUDA O FUTURO DAS CRIANÇAS
Evidências sobre alfabetização
Quanto mais cedo uma criança aprende a ler, melhor ela lê e mais ela gosta de ler.

Há décadas, estudos longitudinais demonstram que crianças ensinadas a ler aos seis anos de idade leem com melhor fluência e compreensão do que crianças que foram ensinadas a ler aos sete ou oito anos. E mais: as crianças que aprendem a ler mais cedo têm maior probabilidade de desenvolver gosto pela leitura (Durkin, 1960).
Problemas de leitura ao final do 1º são muito difíceis de serem superados.
Um estudo comprova isso demonstrando que apenas 12,5% dos estudantes que não conseguiam ler ao final do 1 º ano alcançaram o nível de leitura esperado no 4º ano.
A aquisição de habilidades de leitura e matemática na idade certa tem efeitos de longo prazo – e isso influencia sua condição futura.

Estudo nacional sobre o desenvolvimento infantil no Reino Unido demonstrou que crianças com os melhores desempenhos em leitura e matemática ais sete anos tinham melhores empregos, moradias e salários aos 42 anos, independentemente de outras variáveis (Universidade de Edimburgo, 1958).
A alfabetização baseada em evidências tem resultados efetivos sobre a vida das crianças e sobre os indicadores de aprendizagem.
A maioria dos países que melhoraram a alfabetização nas últimas décadas fundamentaram suas políticas públicas nas evidências mais atuais das ciências cognitivas, em especial da ciência cognitiva da leitura (Academia Brasileira De Ciências, 2011).

Resultados do Pacto
Por meio do Sistema de Ensino Estruturado, as redes municipais podem monitorar os resultados de cada aluno, cada turma e cada escola, mensurando as conquistas e corrigindo lacunas de aprendizagem precocemente identificadas.
Atuando junto aos municípios brasileiros desde 2018, o Pacto pela Alfabetização já coleciona alguns resultados consistentes na conquista da alfabetização e no desenvolvimento da educação básica. Confira alguns deles.
Viamão
O Pacto esteve por três anos na rede municipal de Educação de Viamão, no Rio Grande do Sul. Antes mesmo do final desse período, já era possível identificar uma melhoria inédita nos indicadores de aprendizagem e desempenho das crianças do município.
Frequência dos alunos de 1º a 5º ano
Redução de 35% de infrequência da educação infantil
Redução de 26% da infrequência no 1º ano
Percentual de crianças alfabetizadas

Investimentos em educação X custo de políticas reparatórias
As políticas públicas reparatórias são sempre muito mais onerosas do que as políticas de prevenção. O investimento em alfabetização é uma oportunidade real de mobilidade social para as crianças mais pobres e tem impacto direto nos indicadores de reprovação, evasão escolar e violência no país.
89% da
população privada
de liberdade não
tem educação
básica completa.
(Infopen - 2018)

O que diz a Política Nacional de Alfabetização
Lançada em 2019, a Política Nacional de Alfabetização (PNA) traz o tema da alfabetização como questão fundamental para o desenvolvimento da criança em sua trajetória escolar e para o desenvolvimento social, cultural e econômico da sociedade.
Atualmente, mais da metade das crianças brasileiras que estão no 3° ano não conseguem ler nem realizar operações matemáticas simples (Inep). Sem conseguir ler, escrever e dominar conceitos básicos de matemática, não é possível alcançar condições e oportunidades iguais no futuro, deixando-se de lado o pleno exercício da cidadania.
A partir de práticas de alfabetização eficazes, baseadas em evidências científicas, a PNA indica que é possível melhorar os indicadores de alfabetização, bem como de aprendizagem em matemática. Para isso, ampara-se nos estudos científicos e nas experiências de países que conseguiram qualificar todo seu sistema educativo (a maioria deles o fizeram por meio de políticas públicas com base nas ciências cognitivas).
A partir da atuação colaborativa em rede, formada pelo corpo docente, pela gestão pública e pela família da criança, a PNA prioriza a alfabetização (que inclui as habilidades de consciência fonêmica, instrução fonêmica, vocabulário, fluência em leitura, compreensão de textos e escrita) no 1º ano. A estratégia possibilita que todas as crianças tenham acesso ao aprendizado, diminuindo as chances de repetição e evasão escolar.
A partir da conquista das habilidades de escrita e leitura até o final do 1º ano, cada criança tem condições de se desenvolver integralmente nos anos seguintes – e durante toda vida adulta. Ao promover equidade no ensino, reduz-se a possibilidade de desigualdades sociais que vão se agravando nos anos seguintes. A alfabetização no 1º ano, com apoio da família e da escola, é, portanto uma ferramenta para superação de vulnerabilidade social.
O Pacto pela Alfabetização, que acredita e aposta em um futuro melhor por meio da educação básica de qualidade, está totalmente alinhado à Política Nacional de Alfabetização (PNA).